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Professor da Unemat tem pesquisa divulgada no G1
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Professor da Unemat tem pesquisa divulgada no G1
24/06/2020 22:47:03
por Assessoria de Comunicação
Foto por: Orlando Vital
Sagui-da-serra-escuro,
Sagui-da-serra-escuro,

Fabiano de Melo, professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (PPG-EC) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) teve seu projeto de pesquisa sobre o Sagui-da-serra-escuro publicado no portal do G1 esta semana.

Confira a notícia:

Sagui-da-serra-escuro vira símbolo da preservação em Viçosa (MG)

Considerado um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo, espécie endêmica e exclusiva do Brasil ganha aliados e Centro de Conservação.

O sagui-da-serra-escuro, também conhecido como sagui-caveirinha por apresentar a face branca que contrasta com o pelo preto, é uma das espécies raras da Mata Atlântica. E apesar de estar em perigo de extinção este primata exclusivo do nosso país é ainda pouco familiar para a maioria dos brasileiros.

Para tentar mudar esta realidade e proteger o futuro da espécie ameaçada, um grupo de estudiosos e pesquisadores que atuam em Viçosa (MG) tem batalhado há mais de dois anos em prol desse sagui. Os primeiros frutos dessa luta pela preservação já estão surtindo efeito. Neste ano o sagui-da-serra-escuro assume o posto de mascote oficial da cidade.

A lei nº009/2020 foi aprovada por vereadores do município declara a data de 17 de junho como o Dia Municipal do sagui-da-serra-escuro. A lei ainda precisa ser sancionada pelo prefeito. O objetivo deste marco é divulgar para a população a importância da conservação desse primata e ainda todo o ecossistema no qual ele está inserido. Além de Viçosa, o aurita é mascote de outros dois municípios: Nova Friburgo(RJ) e Petrópolis (RJ).

Mas a jornada à favor da proteção desse macaco está apenas começando. O sagui-da-serra-escuro vai ganhar ainda mais atenção e cuidado de profissionais, graças à criação do Centro de Conservação dos saguis-da-serra, um projeto da Universidade Federal de Viçosa.

"O centro é um criadouro científico para fins de pesquisa. Nele vamos trabalhar com duas espécies: o sagui-da-serra-escuro, o aurita, e o sagui-da-serra, também conhecido como sagui-taquara, verdadeiras raridades", comenta Fabiano Melo, coordenador do CCSS e professor do departamento de Engenharia Florestal da UFV.

Este vai se tornar o primeiro Centro de Conservação do mundo à trabalhar com o sagui-da-serra (Callithrix flaviceps), o único sagui que se difere dos demais, por apresentar a pelagem clara, amarelada. Ao lado do aurita, é também um primata extremamente ameaçado.

 

Sagui-da-serra também vai ser estudado pelo Centro de Conservação — Foto: Sarisha Trindade

Em função da pandemia do novo coronavírus o Centro de Conservação precisou interromper as obras locais, mas o time pretende ainda neste ano finalizar a estrutura para receber dois casais de auritas. Esses saguis nasceram em cativeiro e estão atualmente no Zoológico de Guarulhos. O objetivo do projeto é reproduzir a espécie em cativeiro, para, no futuro, introduzir os indivíduos na natureza.

"Nós estamos recebendo o apoio de órgãos internacionais, duas pesquisadoras da nossa equipe tiveram experiência no exterior para aprender a trabalhar com as espécies em cativeiro. Assuntos sobre a reprodução em recinto e formas de enriquecer o comportamento dos macacos foram estudados ", acrescenta Fabiano.

Atualmente acredita-se que a população originária de auritas em Viçosa (MG) se restrinja a menos de 5 indivíduos. Uma das ameaças para a espécie é o cruzamento desse primata com outros micos, como o sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata), o sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) e sagui-de-cara-branca (Callithrix geoffroyi).

O sagui-da-serra-escuro já ficou "desaparecido" de Viçosa por mais de vinte anos. Até 2017 o último registro oficial que se tinha da espécie tratava-se de 1995. Essa história mudou graças a um trabalho de pesquisa.

"Tudo começou ao acaso, o aluno Orlando Vital se interessou em estudar o aurita e a gente abriu essa possibilidade. Fomos atrás do bicho, encontramos e foi uma alegria. Hoje estamos unindo ainda mais forças para salvar a espécie que está em perigo", finaliza Fabiano.

No período de isolamento a equipe formada por alunos de graduação e pós-graduação tem atuado de forma virtual na divulgação sobre o primata. O time visa também contribuir e promover trabalhos de educação ambiental e conscientização da população sobre a importância do aurita.

 

Espécie está no ranking dos 25 primatas mais ameaçados do mundo — Foto: Foto: Rodrigo Bramili/ Arte TG

 

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